Com a proibição das
importações, em 1976, terminava, para nós, pobres vítimas das circunstancias
econômicas que assolaram nosso país, uma importante fase do motociclismo
nacional, que tinha começado com a chegada, em 1968, das primeiras japonesas.
Lançamento da Honda CB400 em 1979 |
Isso foi muito marcante para quem
viu de perto essa época.
Depois de 1977, aconteceu um período de transição, quando, eram
ocasionalmente vistas raras RD400, Bol d'Ór's, etc, em meio às poucas
novíssimas CBX1050, todas com placa do exterior...
Mas, não era a mesma coisa. Não era uma situação normal...
Quem quisesse andar de moto, em paz com a lei, ou continuava com suas surradas
importadas ou partia para as 125cc "made-in-Manaus"...Foi o que eu
fiz...
Em 1979, enfim, aparece a "Salvação da
Pátria"!!!
Uma média cilindrada com sabor de Super-Bike!!!
A Honda CB400!!!
Uma média cilindrada com sabor de Super-Bike!!!
A Honda CB400!!!
Honda CB400 1980, cedida gentilmente para os testes pelo ex-piloto, colaborador e amigo, Mario Helio Sanctos |
Inspirada na versão americana
CB400T Hawk, ela veio suprir as necessidades de ex-propietários de RD's e CB's da vida.
Honda CB400T 1978, com 5 marchas |
CB400T Hawk |
Era uma moto de alta tecnologia
(pelo menos em termos de Brasil) para a época, onde se dispunha de ignição
CDI, as revolucionárias rodas "ComStar", dentre outras
novidades...
Faziam-se filas, nas
concessionárias, para poder-se adquirir um exemplar dessas maravilhas, com um
alto percentual de ágio...
Era costume, também, algumas
consecionárias fazerem modelos personalizados, para dar mais exclusividade,
ainda, à já cobiçada CB400 nacional!!!
CB 400 Moto Status CB 400 Projeto-H CB 440 Projeto-H |
A solução, normalmente adotada pelos mais afoitos, era entrar num consorcio e
quitar a moto na primeira assembléia.
Ou, transferir o consorcio de um carro de maior valor, para a moto. E ficar com um carro velho, no troco...
Foi essa a minha opção!!!
Ou, transferir o consorcio de um carro de maior valor, para a moto. E ficar com um carro velho, no troco...
Foi essa a minha opção!!!
Dirigindo a
Honda CB400
Em relação às
suas ancestrais bicilíndricas e mesmo às quadricilíndricas, o tamanho da CB400, quando você a está
"vestindo", impressiona.
Tem-se a impressão de ser bem maior (em tamanho e cilindrada) do que realmente é.
Ela é mais alta que as suas ancestrais, obrigando o piloto (de 1,70m) a esticar mais a perna para alcançar o chão.
É aconselhável evitar desníveis no calçamento pois pode-se tomar um susto (ou um tombo)!!!
Tem-se a impressão de ser bem maior (em tamanho e cilindrada) do que realmente é.
Ela é mais alta que as suas ancestrais, obrigando o piloto (de 1,70m) a esticar mais a perna para alcançar o chão.
É aconselhável evitar desníveis no calçamento pois pode-se tomar um susto (ou um tombo)!!!
Honda CB400 1980 - Design mundial, na época |
No mesmo dia em
que testei a CB400, tinha dirigido, antes, uma CB350K e uma CB500F.
Mesmo em relação à CB500F, a sensação de se subir na CB400 "intimida" mais!!!
O tanque "cresce" à sua frente tornando-a mais alta, ainda!!!
Mesmo em relação à CB500F, a sensação de se subir na CB400 "intimida" mais!!!
O tanque "cresce" à sua frente tornando-a mais alta, ainda!!!
O conforto da
CB400, no entanto, é excelente.
O motociclista fica com as pernas mais distendidas, em uma posição ergonômicamente correta para a pilotagem.
O motociclista fica com as pernas mais distendidas, em uma posição ergonômicamente correta para a pilotagem.
O guidon, apesar de ser quase
plano, proporciona uma posição gostosa de se dirigir, levemente esportiva.
Vista superior da CB400 |
Os comandos, também, bem
distribuidos completam a boa ergonomia da motocicleta.
O painel, conta com tacômetro e
velocímetro com odômetro total e parcial e luzes de advertência, com a chave de
contacto situada entre os dois instrumentos, cuja disposição permite uma boa
visibilidade durante a condução.
O sistema elétrico é 12V,
alimentando seu competente conjunto óptico.
Vista frontal e traseira |
A partida elétrica, é sempre
bem-vinda.
Seu funcionamento é impecável, apesar de se dispor de um pedal de partida (kick) auxiliar.
Seu funcionamento é impecável, apesar de se dispor de um pedal de partida (kick) auxiliar.
O cambio de seis marchas, com
acionamento universal (lado esquerdo, primeira para baixo, e as outras para cima
com neutro entre 1a. e 2a.), é macio e com engates precisos.
Seu escalonamento permite uma dirigibilidade satisfatória em transito urbano e em rodovias.
Seu escalonamento permite uma dirigibilidade satisfatória em transito urbano e em rodovias.
A suspensão
dianteira é hidráulica tipo "Cerianni" e a traseira é composta
por um braço oscilante e dois amortecedores hidráulicos com molas
reguláveis.
O comportamento do conjunto suspensão é impecável, em se tratando de uma bi-choque convencional.
Pode-se fazer curvas bem agressivas (inclinadas) no asfalto, sem se tomar "sustos" causados por perda de aderência ou oscilações.
O comportamento do conjunto suspensão é impecável, em se tratando de uma bi-choque convencional.
Pode-se fazer curvas bem agressivas (inclinadas) no asfalto, sem se tomar "sustos" causados por perda de aderência ou oscilações.
Excelente comportamento em curvas |
Os freios, a disco simples na
dianteira, e a tambor, simplex, na traseira, em conjunto com o bom
"freio-motor", de seu propulsor, fornecem um comportamento seguro e
eficiente durante as frenagens.
Em freadas de emergência, a suspensão dianteira tende a "torcer", em função do seu único disco e seu conjunto de mesas, um pouco flexível.
Era costume, na época, colocar-se um "estabilizador", ligando as duas "canelas", da suspensão, de modo a tornar o conjunto mais rígido. Dava certo.
Em freadas de emergência, a suspensão dianteira tende a "torcer", em função do seu único disco e seu conjunto de mesas, um pouco flexível.
Era costume, na época, colocar-se um "estabilizador", ligando as duas "canelas", da suspensão, de modo a tornar o conjunto mais rígido. Dava certo.
Seu motor de 395cm3, com
disposição dos pistões a 360°, diferente de suas ancestrais CB350K e CB360
que tinham defasagem de 180°, necessita de um sistema de balanceamento interno
que cumpre seu papel de maneira incontestável.
Seu funcionamento é macio, em termos de aspereza, com um ruído uníssono e agradável, devido aos 360° dos pistões, isto é, funcionando em paralelo, no mesmo sentido.
Seu funcionamento é macio, em termos de aspereza, com um ruído uníssono e agradável, devido aos 360° dos pistões, isto é, funcionando em paralelo, no mesmo sentido.
O cabeçote tipo SOHC
(comando
simples no cabeçote) com 3 válvulas por cilindro, duas de admissão e uma
de escape, otimiza o funcionamento desse propulsor bicilíndrico,
tornando-o competente a
ponto de "encarar" suas ancestrais de quatro cilindros (a gente bem
que tentava...).
A ciclística é muito boa em
transito e em rodovias, sendo seu manejo bem fácil.
É uma motocicleta de confiabilidade indiscutível, sendo muito versátil em qualquer tipo de calçamento.
É uma motocicleta de confiabilidade indiscutível, sendo muito versátil em qualquer tipo de calçamento.
A Honda CB400, foi uma
motocicleta que veio nos colocar, nessa faixa de cilindrada, em nível mundial,
após 5 anos de espera...
Sua versão de competição, a
Formula Honda 400, foi um sucesso, em sua época, levando grandes astros do
motociclismo nacional da época, como Tucano, e brilhantes
"emergentes" da Formula Honda 125, como Biriguí e José Cohen, dentre
outros, a participar dessa "monomarca" de alto nível.
Protótipo Fórmula Honda 400 em fase de teste |
O campeoníssimo Walter "Tucano" Barchi e sua Formula Honda 400, numeral 5 |
Status de
Superbike
...o (meu) sonho de consumo nos anos 80 !!! |






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